Apresentação

Sessão Especial na Câmara homenageia 50 anos do SINPRO-BA
Publicado em 21.10.2013 7:36:04

Em homenagem aos 50 anos do Sindicato dos Professores do Estado da Bahia (SINPRO-BA), o vereador Gilmar Santiago (PT), propôs uma sessão especial comemorativa na noite da última quarta-feira (16), no Plenário Cosme de Farias, na Câmara Municipal de Salvador. A iniciativa teve a mesa composta, na sua maioria, por representantes da atual e de antigas diretorias do Sindicato, além da presença do secretário de Comunicação do governo do Estado, Robson Almeida.

Na abertura da sessão, Gilmar Santiago provocou “O que seria dos professores sem um sindicato forte na defesa dos seus direitos?”. Segundo o vereador, é este o motivo que motivou a realização da solenidade.

Heloísa Monteiro, coordenadora geral do SINPRO-BA, abriu os relatos, lembrando o papel de representação da entidade, cujo sentido está atrelado à construção da categoria composta em grande parte por mulheres que trabalham em uma jornada tríplice. “Vivemos a dicotomia básica. Defendemos a escola pública gratuita e laica, mas também atuamos em favor dos trabalhadores atuantes na rede particular de ensino”, destacou. Segundo ela, há uma ideia antiga propagada de que o paraíso do ensino está na rede particular. “Colecionamos, no entanto, deficiências como direitos trabalhistas sonegados e desobedecidos. Levantamos bandeiras políticas de uma educação de qualidade que contribua à igualdade e justiça social”. A professora também agradeceu a realização da iniciativa ao vereador.
Integrante da primeira diretoria do SINPRO-BA, na década de 60, Hélio Carneiro, lembrou a história de construção da entidade e o papel desempenhado pelos colegas Aristocléa Macedo, João Pereira Leite e José Antônio de Araújo Pimenta na fundação do Sindicato. “Vivenciamos uma época em que prevalecia a formalidade do professor no trato com o aluno”, lembrou. A partir de ideias de teóricos como Paulo Freire e Bertold Brecht, Carneiro reafirmou o papel do professor na contemporaneidade. “Ele deve conduzir o aluno ao conhecimento e à prática do raciocínio de forma transcender as informações recebidas em sala de aula”, resumiu. Segundo ele, o Sindicato deve ser visto como um orgulho da categoria.

César Leiro, professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), defendeu o SINPRO-BA como um espaço político e plural de intervenção. “Poucos sindicatos têm professores com esta diversidade de formação. Somos uma entidade marcada pela radicalidade, atuamos para além da representação local, utilizamos nossa capacidade lúdica e as diferentes linguagens em prol da articulação”.
Nelson Pretto, secretário regional do Simpósio Brasileiro para o Progresso da Ciência (SBPC) e professor da Faculdade de Educação da UFBA, começou a sua fala, recordando o título de cidadão soteropolitano que recebeu, no mesmo local. O professor destacou também a atuação do SBPC na defesa de uma educação de qualidade e melhores condições de trabalho. Ao elogiar a iniciativa da sessão, Pretto enfatizou a importância de se utilizar as redes para propagar, na internet, o conteúdo gerado pela TV Câmara.

“Nós tínhamos a certeza na frente e o coração na mão”, lembrou Sérgio Guerra, Vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, ao falar sobre a fundação do Sindicato. Segundo ele, os momentos difíceis, como a greve de 1979, contribuíram ao fortalecimento da entidade. “Valeu a loucura, baseada na crença de um mundo melhor”.

O diretor geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Bahia (IFBA), Albertino Nascimento, lembrou que o Sindicato foi erguido em meio ao preconceito de muitos docentes que vêem o ensino particular com uma formação elitista. “Não foi fácil transpor isto”, recordou.

Homenagem

Robson Almeida elogiou o SINPRO: “É uma entidade com características inovadoras, com professores que atuam sob uma nova pedagogia na forma de fazer cidadania na Bahia”. O secretário também afirmou que, mesmo com todos os paradigmas que a educação pública vive no país, Salvador cresce muito. “Importante organizar a agenda política para que a sociedade continue a entregar a estes educadores a responsabilidade de formar indivíduos”, concluiu.

Em seguida, o anfitrião da casa, Gilmar Santiago, convidou Robson Almeida a entregar placas comemorativas aos componentes da mesa, aos atuais diretores Cristina Souto e Edvaldo Muniz, ao ex-diretor do SINPRO-BA e atual diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Valdir Assis.

Logo após, o presidente do Tribunal de Contas da Bahia, Zilton Rocha, tomou a palavra, falou sobre a sua chegada em Salvador, há 33 anos, e a trajetória do Sindicato, ao longo destes anos, marcada pela mesma radicalidade e compromisso que “nenhum de nós pode prescindir de dizer o quanto é honrável fazer parte disto”. Conforme ele, o seu caminho político perpassa pela carreira docente. “Enfatizo a importância de um olhar de dentro da educação na Câmara, para falar de uma escola e um ensino que dialogue com o momento de vida do aluno”, destacou.

Encerrada a sessão, Gilmar Santiago convidou os presentes a cantarem parabéns pela ocasião do aniversário do Sindicato e soprar a vela do bolo, presente surpresa do vereador aos docentes. Ao final, durante o coquetel de encerramento, promovido pelo SINPRO-BA, uma pausa para uma foto nas escadas da Câmara.

Assessoria Sinpro