Apresentação

SINPRO/BA participa do XVI Consind em Salvador
Publicado em 01.11.2013 14:10:10

Profa. Heloísa Monteiro fala dos 50 anos do Sindicato em abertura

Parafraseando os versos da cantora Adriana Calcanhoto, “Toda sexta-feira, toda roupa é branca. Toda pele é preta.Todo mundo é baiano”, a coordenadora do SINPRO/BA, Heloísa Monteiro, falou na mesa de abertura do XVI Consind (Conselho Sindical) da Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), realizado de 25 a 27 de outubro, no hotel Sol Bahia, em Patamares, Salvador. Em meio à presença de 350 representantes de entidades sindicais de todo o país, Heloísa lembrou o aniversário de 50 anos do SINPRO/BA, das conquistas da categoria e reafirmou a importância da temática do evento – Valorização profissional do (as) trabalhadores (as) em educação: contra a terceirização e pelo direito ao descanso- ao longo destes anos, para o Sindicato. “Desejo a todos os presentes que sejam bem vindos e que as discussões possam ser profícuas”, resumiu.

Com o Regimento do XVI Consind, aprovado por unanimidade na Plenária de Abertura, a primeira mesa de discussões, Balanço da Campanha de Valorização Profissional e Domingo de Greve, foi composta pela coordenadora geral da Confederação, Madalena Guasco Peixoto, e pelos presidentes das Federações. “Todos precisam tomar conhecimento que ampliamos a gestão da Contee e, agora, temos duas reuniões anuais do Consind. Desejamos a todos um ótimo trabalho e façamos desta entidade, uma representação cada vez mais forte”, antecipou.

Para Edson de Paula Lima, da Fitee (Federação Internacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), a Confederação vem se constituindo em uma entidade, capaz de organizar os trabalhadores, no sentido de trazer propostas e apontar rumos em um cenário de fortalecimento do capital e de ataque violento, por parte da mídia brasileira na construção da opinião pública dos cidadãos. “Saúdo todos os Sindicatos filiados a nossas Confederações. Permaneçamos no rumo da identidade dentro da diversidade, na luta classista”, declarou.

A secretária de Comunicação da Contee, Cristina Castro, fez uma pausa para uma homenagem aos sindicalistas, ligados ao Sindsep (Sindicato dos Servidores do Município São Paulo), e à presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Amapá, Odete Gomes, que faleceram em 12 de outubro passado, em um naufrágio de barco, que participava da procissão fluvial do Círio de Nazaré, festa religiosa muito popular na região.

Conjuntura Nacional e Internacional

No final da tarde, foi aberta a segunda mesa de discussões – Conjuntura Nacional e Internacional. Maria Clotilde Lemos Petta, coordenadora da Secretaria de Políticas Internacionais da Contee, disse que era com muita alegria que a entidade lançava seu primeiro caderno de Políticas Internacionais. “Importante ressaltar que desde o primeiro estatuto já existia uma preocupação sobre o tema”, afirmou. Clotilde destacou que o seminário está previsto para abril. “É importante que as entidades participem deste debate. Não podemos viver sem entender a conjuntura internacional”.

Em seguida, Pascoal Carneiro, secretário-geral da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) disse que o tema instiga os trabalhadores e instituições a pensarem novos rumos, neste momento de crise. “Estávamos cansados de ver a barganha, todo mês de maio, com o Salário Mínimo dos Trabalhadores. A partir deste governo, passamos a ter uma política justa. Tiramos isto das mãos da Direita”, destacou.

Vagner Freitas de Moraes, Presidente Nacional da CUT, reiterou as palavras de Carneiro e alertou para que o movimento sindical fique atento à nova conjuntura mundial de crise e ao crescimento da intolerância e à perseguição aos direitos sindicais. “Somos de uma geração que se organizou para desconstruir o capitalismo. A crise econômica é menos importante do que outra em prol de nos organizarmos para a transformação”.

Conjuntura Educacional (Conae 2014)

As atividades de sábado pela manhã, começaram com a exibição do vídeo contemplativo do Outubro Rosa, chamando a atenção dos presentes, profissionais da área da educação, para o autocuidado e para disseminar a importância dos exames preventivos ao câncer de mama.

Logo depois, teve início a mesa de discussão Conjuntura Educacional (Conae 2014). Adércia Hostin, coordenadora da Secretaria de Assuntos Educativos da Contee, durante a sua explanação, destacou a proposta de Carta Aberta da Contee ao Senado Federal de repúdio ao articulista da Revista Veja, Cláudio Moura. O motivo foi a declaração machista e preconceituosa, feita por Moura, durante audiência pública para discussão do PNE (Plano Nacional de Educação): “(…) as caboclinhas do Ceará que deveriam se casar com os engenheiros estrangeiros para aumentar o capital humano (…)”.

“As discussões desta mesa deverão se transformar em um seminário sobre a conjuntura educacional brasileira. Estamos situados em um limiar delicado e perigoso, no qual estamos muito preocupados com a mercantilização da educação”, antecipou Wanderley Quêdo, coordenador da Secretaria de Formação da Contee. Segundo ele, é preciso que a categoria tenha um olhar minucioso sobre os 13 grupos econômicos que controlam 36,2% das 73,7% das matrículas do Ensino Superior no Brasil. Ainda, conforme ele, estas instituições contam com os programas de incentivo do Governo Federal: o Financiamento Estudantil (FIES), o Universidade para Todos (ProUni) e o de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies). “Mas elas não dão a contrapartida para a sociedade”, advertiu.

Rodrigo Pereira de Paula, coordenador da Secretaria de Juventude da Contee, falou sobre a importância do Projeto de Lei 4.372/201, que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior (Insaes), aprovado no último dia 16 de outubro. O Insae vai dar maiores poderes ao Estado para avaliar instituições de Ensino Superior em prol da garanta da qualidade da educação. De Paula também defendeu que a situação atual do ensino é uma “barbárie”, pois o capital está lapidando muitas instituições brasileiras, ocasionando o fechamento destas e o não cumprimento dos direitos trabalhistas dos seus funcionários. ”É importante que os sindicatos se mobilizem no sentido de proporem uma Carta de Moção em apoio aos profissionais e estudantes desamparados com o fechamento destas instituições”, enfatizou.

Pela tarde, os delegados colocaram em votação as propostas apresentadas, durante o XVI Consind, que foi encerrado com uma jantar dançante de confraternização no restaurante do hotel ao som dos baianos Maira Lins e Menos Um no Quarteto.

Assessoria de Comunicação SINPRO/BA