Apresentação
Sinpro-BA e FBEI em defesa do aperfeiçoamento de docentes da Educação Infantil
Publicado em 15.04.2014 13:15:41
Quais as práticas de leitura e escrita para crianças na Educação Infantil? Foi o tema da palestra ministrada pela especialista, a professora doutora da UFBA, Liane Castro de Araújo, durante a realização da Ciranda Reflexiva/abril, realizada pelo Fórum Baiano de Educação Infantil (FBEI), no último dia 11, no auditório da Escola Mercês, em Salvador.
“Atuamos na promoção de políticas públicas que contribuam para a melhoria da Educação Infantil na Bahia. Por meio das Cirandas Reflexivas, qualificamos professores e professoras que ensinam nesta área”, declarou a coordenadora do FBEI, Rose Bonfim, ao saudar, dentre outros membros do Grupo Gestor, Solange Mendes, da Secretaria de Educação do Município; Ana Pimenta, do Proinfância, e Heloísa Monteiro, diretora do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (Sinpro-BA) que destacou a importância da iniciativa. “Aqui está expresso o compromisso do Fórum pela defesa da Educação Infantil de qualidade”.
Com um repertório de quem se dedica, há anos, aos estudos acerca do letramento infantil, Liane provocou a plateia sobre qual seria a época ideal para iniciar o processo de aquisição da linguagem escrita: “na Educação Infantil ou no Ensino Fundamental?”.
Para responder à questão, a estudiosa salientou que é condição necessária antes pensar a aprendizagem como um processo contínuo. “A alfabetização, em termos de escolarização, representa o momento pontual de se investir na aquisição da linguagem escrita de forma sistemática”. Desta maneira, para a professora é fundamental que os educadores atentem para o nosso sistema de escrita. “Ele é para além de um mero código, mas algo cuja complexidade pressupõe uma série de apropriações”, advertiu. Em seguida, exemplificou com escolas que tornam comum a prática de ligar linhas pontilhadas para introduzir, crianças de três anos, a letra inicial do nome. “Um equívoco, porque o processo de aprendizado da língua escrita se dá de maneira sociointeracionista. O pensar não deve se opor ao brincar. Os sujeitos, dotados de direitos e cultura, exploram o mundo e a linguagem escrita é só uma das linguagens”, explicou.
Neste sentido, a pesquisadora defende que a alfabetização e letramento não devem ser vistos como processos dissociáveis, pois a escola surge, neste contexto, para ampliar e provocar experiências com a letra escrita. “É necessário permitir e favorecer a apresentação da linguagem escrita, respeitando a prática do brincar, característica da Educação Infantil”, salientou.
A forma mais rica de convívio com a linguagem escrita e oral, para Liana, é a Literatura. A professora acredita que através das histórias, é possível trabalhar o letramento nas crianças. “A escrita é essencial à natureza das interações, mesmo que elas se deem por meio da oralidade”, acrescentou.
As Cirandas Reflexivas continuam em 16 maio de 2014 próximo com a palestra Uma Viagem pelo Mundo da Literatura na Educação Infantil, cujo local e nome do palestrante serão divulgados posteriormente.
Texto: Maria Helena Macêdo
Jornalista Sinpro-BA