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Sinpro-Ba discute data-base 2014/2015 em assembleia
Publicado em 30.05.2014 14:46:51
Categoria se reúne para articular novas medidas para negociação com o patronal
A diretoria do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (Sinpro-Ba) se reuniu em assembleia com a categoria no final de tarde, da última terça-feira (27.05), para discutir a negociação de data-base 2014/2015.
Na ocasião, os presentes avaliaram o que foi apresentado nas duas primeiras rodadas (20 e 26.05) de discussões com o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe-Ba). O coordenador geral do Sinpro-Ba, José Jande, reiterou a insatisfação da Diretoria quanto à proposta inicial do patronal de reajuste salarial de 5,82%, referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do mês de maio.
“Esta proposta não faz sentido, porque o índice já é o parâmetro para o reajuste. Já é em tempo acolher o pleito dos professores quanto à remuneração das atividades extraclasse”, defendeu. O conservadorismo e a estagnação do patronal baiano também foram lembrados.
O diretor do Sinpro-Ba, Reinado Bonfim, reafirmou o posicionamento do patronal quanto ao atraso nas negociações. Segundo ele, o Sinepe diz que “a heterogeneidade dos donos de escolas contribui para o desinteresse em debater o pleito dos professores”, De acordo com Bonfim, isto não justifica o adiamento do início das negociações da data-base 2014/2015 com o patronal, que protelou uma definição de data, não respeitando o 1º de maio, como propõe o calendário sindical.
Índice para reajuste
“O valor do INPC é de 5,82%. Nós sabemos que a expectativa de muitos donos de escolas era que este índice fosse maior, entre 9 a 10%. Assim, temos outro argumento favorável à nossa categoria. O INPC menor do que o esperado aumenta o nosso poder de negociação”, advertiu Jande.
“É lamentável o fato termos colegas ainda solidários às causas patronais e, ao mesmo tempo, críticos implacáveis com o Sindicato e com a luta coletiva”, comenta Jande. De acordo com o coordenador, o fato do corpo funcional de muitas escolas, após as demissões, ter sido preenchido por professores novos, contribui para o silêncio destes docentes. “O assédio moral deixou de ser velado. Muitos diretores de escolas perguntam ao novato se ele é sindicalizado e fazem disto uma condição para uma contratação ou permanência nos estabelecimentos”, conta.
Um professor da base relatou que nos locais onde ele ensina, já propuseram reajuste salarial de 7% e 9%. Segundo ele, entretanto, é necessário provocar a categoria, pois o valor das discussões vai além do reajuste salarial. “É inadmissível que uma escola lucre mais de 3.000% em cima de meu salário. Assim, me sinto mais desvalorizado do que os trabalhadores bolivianos, sem qualificação acadêmica, trabalhando na confecção de roupas em São Paulo”, desabafou.
O diretor do Sinpro-Ba, Allysson Mustafa, reiterou sobre o trabalho que o Sindicato vem desenvolvendo, destacou o desempenho da comunicação do Sinpro, com importantes inserções na mídia baiana. Sobre o cronograma de discussões e a sua relação com o calendário escolar, Mustafa explicou: “Não começamos tarde as discussões sobre a data-base. O tempo se estendeu, porque estamos trabalhando algumas dificuldades, a exemplo da data-base do Ensino Superior, que ainda não foi fechada”, completou.
Para a diretora do Sinpro-Ba, Solange Moura, é preciso que os professores aproveitem a ocasião da Copa do Mundo, para elaborar estratégias de ação que fortaleçam as causas da luta da categoria.
No final das discussões, os professores propuseram a realização de outra assembleia, agendada para a próxima quinta-feira (05.06), às 17 h, para discutir os próximos passos do movimento.
Texto: Maria Helena Macedo – Jornalista Sinpro-Ba