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Falta articulação política para mudar a condição do professor no Brasil
Publicado em 22.11.2012 13:15:20

O portal Vozes da Educação publica série de entrevistas com os principais pesquisadores da questão docente na América Latina para debater os desafios da valorização dos professores na região

A necessidade de valorização dos professores é a tônica dos discursos e dos debates educacionais, mas o que, de fato, significa valorizar o professor? Quais são os principiais desafios que os países enfrentam para elevar o status social da profissão docente – fundamental para a qualidade da educação – e transformá-la em uma escolha atrativa para os jovens?

O portal Vozes da Educação vai publicar uma série de entrevistas com pesquisadores que se dedicam a pensar o trabalho docente hoje na América Latina para levantar e analisar algumas dessas questões.

Para iniciar a série, conversamos com a professora Bernadete Gatti, doutora em Psicologia e coordenadora do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas (FCC). Ela é especialista em Formação de Professores, Avaliação Educacional e Metodologias da Investigação Científica.

Gatti fala sobre a ausência de articulação política em torno do tema, os problemas de concepção das instituições formadoras e aspectos do currículo – desbalanceado entre teoria e prática pedagógica – que devem ser aprimorados. Também destacou iniciativas importantes que vêm sendo implantadas, como a Lei do Piso Salarial e o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid). Leia, a seguir, na íntegra.

Vozes da Educação – Qual é o perfil do professor brasileiro hoje? Bernadete – Pelos dados que levantamos do Censo da Educação, das PNADs e do IBGE, nós sabemos que hoje o professor da educação básica praticamente vem de camadas menos favorecidas socioeconomicamente. É essa camada que está se interessando pela escolha da carreira de professor.

Também é um grupo que procura os cursos de licenciatura com um pouco mais de idade, provavelmente que volta para estudar nas licenciaturas e adentrar na carreira de professor depois de ter um primeiro trabalho. Esse é o perfil básico.

Vozes – Por que há um desinteresse pelo magistério entre as pessoas com uma renda maior? Bernadete – Há dois fatores: primeiro, a desvalorização social e geral do magistério representa um óbice para que as famílias apoiem a escolha de seus filhos de ser professor. Isso nós verificamos no estudo sobre Atratividade da Carreira Docente, que também está publicado.

E, por outro lado, o fator salário pesa muito, porque hoje os jovens também querem ter uma perspectiva de recompensa salarial pelo seu trabalho visando uma vida melhor para si e pra família.

Então, de certa maneira, os jovens que tem a possibilidade de outras oportunidades e alternativas nas grandes cidades, nas metrópoles, procuram essas outras profissões.

Vozes – O estudo que a senhora citou também constata que a maioria desses alunos são provenientes da escola pública e que isso “evidencia grandes carências nos domínios de conhecimentos básicos”. Essa carência é recuperada enquanto o aluno faz o curso de licenciatura? Bernadete – Não, ela não é recuperada. Pelos currículos que a gente examinou, esse aluno terá muita pouca oportunidade de recuperação cultural efetiva. Em partes sim, porque ele vai ser exposto a uma série de disciplinas formativas que de certa maneira podem propiciar um avanço cultural. Mas não o suficiente, por exemplo, para um domínio de um trabalho propriamente profissional de professor. E isso é preocupante, porque esse licenciando está procurando, sim, uma alternativa de vida e trabalho. Ele tem motivação para assumir essa carreira que lhe dará um pouco mais de prestígio no seu ambiente social e maiores possibilidades de um tipo de profissão menos subalterna.

Por outro lado, não lhe é oferecida nos cursos de licenciatura a oportunidade de dar um salto de conhecimentos suficientes. Ele sai com uma formação empobrecida.

E o que verificamos é que ele vai suprir isso depois com formações continuadas, e até com grande sacrifício, apoiando-se nos colegas, procurando uma autoformação. Enfim, ele tenta se adequar ao seu trabalho, mas evidentemente que, de certa maneira, ele é prejudicado por essa formação que lhe é oferecida.

Vozes – O que pode ser mudado nos currículos dos cursos de licenciatura para melhorar essa formação dos professores? Bernadete – Esses cursos deveriam ter uma base comum, melhor equacionada, para todas as licenciaturas, oferecendo realmente uma base cultural e pedagógica mais forte. O tempo de formação de professores também deveria ser plenos quatro anos e não da maneira como é feita agora, simplificada. Nós encontramos cursos compactados, com dois anos e meio, três anos e muita parte curricular feita ou a distância ou mal definida, com seminários ou atividades – que eles chamam de culturais – mas que não são coletivas. Não é exigido nenhum trabalho. Então o tempo de formação desse licenciando acaba sendo muito reduzido.

Eu não estou falando dessa ou daquela instituição, mas estou falando do panorama geral que a gente encontrou.

Vozes – Essa questão de não termos uma “base comum formativa” você coloca em seu estudo que é observada em outros países. Quais países poderiam servir de exemplo para o Brasil nessa questão? Bernadete – A própria Argentina, a Colômbia, o México, a França. O próprio Portugal, para ter uma proximidade.

Vozes – Como ocorre a regulamentação dessas instituições? Tem um órgão central, como funciona? Bernadete – Depende, cada país tem a sua regulamentação, não é igual. Nas universidades portuguesas, por exemplo, todas elas têm um centro de formação de professores dentro da universidade. Então, o aluno que quer ser professor, faz a sua formação na disciplina ao mesmo tempo que faz a sua formação também no centro de formação. E não tem encurtamento ou simplificação do tempo de estudo. Ele tem que completar toda a sua formação de conhecimento e toda a sua formação pedagógica. Então é outro nível muito diferente desses que nós temos aqui.

Vozes – E o que impede o Brasil de implantar, por exemplo, esse modelo de Portugal? Bernadete – O modelo de Portugal precisa ser adaptado, não pode ser usado diretamente. Mas nós poderíamos mudar substancialmente a nossa formação se nós tivéssemos dentro das universidades centros de formação de professores específicos. Ou que as faculdades de educação assumissem essa formação de modo integrado, relacionado com os demais institutos. Mas não do jeito que está agora, cada instituto formando seu professor, cada licenciatura com o seu caminho, tudo muito fragmentado. Há cursos que a gente nem percebe que está formando professor, parece que está formando é biólogo, e não professor. Ou matemático, e não professor. Nós precisamos reverter essa questão, fazer uma mudança estrutural – e isso depende de legislação federal.

O segundo ponto seria rever as diretrizes curriculares para esses cursos. Porque quando nós examinamos as diretrizes curriculares para as licenciaturas, elas parecem mais bacharelados do que licenciaturas.

Então nós teríamos que ter realmente uma nova concepção do que é um curso para formar professores para educação básica. E essa nova concepção precisaria ser discutida e posta em prática. Mas isso depende, sim, do Conselho Nacional de Educação; depende de iniciativas do Ministério da Educação para unificar isso tudo. Não será um processo simples, mas poderia ser iniciado.

Tenho verificado, nas minhas palestras, que muitas instituições públicas, não particulares, estão caminhando na direção de integrar um pouco mais as suas licenciaturas e fazer um currículo diferenciado. Mas são iniciativas ainda tímidas e que esbarram na legislação quando elas têm que ser aprovadas pelo conselho universitário, pelas instâncias universitárias, que vão seguir a legislação maior.

Nós teríamos que repensar toda essa legislação sobre formação de professores, mas primeiro nós teríamos que ter essa concepção sobre essa formação. Porque nós não temos propriamente uma concepção. Os cursos foram sendo montados, a partir dos bacharelados, acrescentando um ano de formação, e nós não modificamos essa concepção. Porque a maioria dos cursos tem só 10% de formação pedagógica e não é possível formar professores com só 10% de formação pedagógica. Então, é uma mudança de estrutura e concepção.

Vozes – Como deveria ser essa nova concepção? Bernadete – Eu já falei uma parte. Eu acho que precisaria ter dentro das universidades um órgão formador de professores para educação básica. Fosse uma Faculdade de Educação, um Instituto Superior de Educação, um Centro de Formação de Professores, não me interessa o nome. Mas deveria ser um lugar de formação de professores específico – como tem uma faculdade de medicina ou de engenharia.

Vozes – A senhora menciona que algumas instituições têm iniciativas interessantes, mas esbarram em problema de legislação. A senhora teria algum exemplo disso? Bernadete – Tem algumas iniciativas que estão começando a entrar em curso, tentando, dentro da legislação, fazer mudanças: Universidade Estadual de Ponta Grossa, Universidade Federal de São João Del Rey, a Uneb na Bahia. A própria Universidade Federal de São Carlos tem feito várias discussões – eu não sei se chegaram a reestruturar, mas estão pensando. Há um caminho aí, onde percebemos que há uma inquietação nessas instituições. Agora, é preciso uma política específica, porque isso é da alçada do nível federal.

Vozes – Fala-se muito, hoje em dia, da valorização docente, que passa pela formação. O que significa, de fato, a valorização docente e, quais medidas o governo das diferentes esferas deveria tomar para efetivar essas medidas? Bernadete – O que sabemos sobre o valor de uma profissão – e aí eu estou falando da sociologia do trabalho – é que passa pela clareza que se tem do papel social desse profissional. E como o professor não tem uma identidade social muito bem firmada, na medida em que a sua formação é esparsa, não há uma identidade social do professor clara. Você fala “ah, um pedagogo” ou “um professor de biologia” e parece que são coisas diferentes.

Então, a desvalorização passa por essa falta de identidade profissional, e essa identidade profissional também se forma porque você tem instituições que formam especificamente esse ou aquele profissional. E, no caso do professor, não há uma instituição que forme esse profissional. Há essa dispersão em diferentes cursos. Isso dificulta um valor para ele, como você tem um valor para o engenheiro. Embora o professor seja, na minha opinião, o profissional mais importante em uma sociedade, porque não tem engenheiro e não tem médico se não tiver escola básica.

A estrutura de formação não afirma esse profissional como um profissional. Daí se chamar de “tio”, “tia”. Uma formação forte para os profissionais fortes está na representação social. Um engenheiro faz cinco anos de curso; um médico faz seis, fora a residência e tudo mais. O pedagogo faz o que? Pelo o que a gente vê, dois anos e meio, três e olhe lá. E as licenciaturas são consideradas um curso fácil.

Isso tudo não dá valor para a profissão. É preciso valorizar essa formação básica, através de uma instituição forte, formadora, e depois valorizar, claro, via carreira e salário. Porque se você não oferece condições para que esse profissional possa se realizar economicamente, também o valor social dele fica diminuído.

Pelos dados macros, constatamos que é uma profissão muito pouco desejada. A escolha de matrículas nas licenciaturas vem caindo bastante e sistematicamente nos últimos sete anos. E temos áreas que têm praticamente pouquíssimos alunos pelo volume da nossa população.

Vozes – A que esfera de governo isso caberia e de que forma agir para melhorar, pra tentar aplacar isso? Bernadete – Eu acho que falta ao governo – no caso, eu atribuiria mais ao governo federal – poder articular melhor essas questões relativas à formação do professor, fazer um trabalho político de conscientização dos políticos, da Câmara, do Senado, em relação às questões da escola e do currículo escolar. No meu entender, falta articulação política na direção de uma vocação de mudar a condição do professor no país.

O que nós estamos vendo é o contrário. Você vê os deputados atendendo as pressões deste ou daquele sindicato e aprovando disciplina, disciplina e disciplina que tem que entrar no currículo e não tem professor. Então não adianta você aprovar que é obrigatório ter Sociologia nos três anos do ensino médio, sendo que não há profissionais licenciados, formados em Sociologia pra dar essas aulas. Quase não tem curso.

Então, nós trabalhamos muito com a imaginação e muito pouco com os dados. Quando você vai implementar um currículo, você tem que garantir que você tenha profissionais para trabalhar naquela direção. É como abrir um posto de saúde e não ter médico, não ter enfermeiro: não adianta nada.

Nós estamos vivendo essa desarticulação e esta incompreensão sobre as questões ligadas ao currículo da educação básica e de seus professores. Isso é falta de articulação política.

Vozes – Houve avanços nos últimos anos na questão da valorização docente? Bernadete – Houve tentativas esparsas. Um dos avanços que podemos considerar é o Piso Salarial Nacional. Claro que em regiões como Distrito Federal e São Paulo, onde o custo de vida é alto, isso não tem um efeito tão grande. Mas, em termos de Brasil, desse interior todo, onde víamos professores com salários de 400, 450 reais – às vezes até menos -, o piso nacional veio dar uma contribuição muito grande. Acho que essa foi uma política interessante.

Mas não é suficiente, porque não houve uma política forte em termos da formação inicial.

O programa Pibid [Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência] também é uma outra iniciativa que está sendo importante. Embora ela tenha um impacto parcial, tem dado excelentes resultados até onde nós pudemos acompanhar.

O programa é uma bolsa para estágios nas licenciaturas, que vem acompanhada de um projeto que deve ser feito na integração universidade-escola. É dada uma bolsa para o professor na escola que recebe os alunos; uma bolsa para o estudante da licenciatura e uma bolsa de apoio ao professor que supervisiona esse trabalho. E o estágio (curricular, de 400 horas) é feito mediante um projeto de trabalho, pré-aprovado com a escola. Esse programa, até onde a gente está acompanhando, tem tido um efeito muito bom e tem impactado a formação dos licenciandos. Mas ele é ainda um programa muito pequeno (cerca de 40 mil) para o tamanho da necessidade de professores que nós temos.

Vozes – Esse seria um bom modelo a ser ampliado? Bernadete – É um bom modelo. Inclusive também porque ele ajuda a integrar licenciaturas. As pesquisas têm mostrado que o Pibid tem um efeito que muda a formação do licenciando. Muda as suas concepções, pois ele, vamos dizer, cai na realidade da escola, tem a oportunidade de acompanhar o professor – muitos têm a oportunidade de ajudar o professor no seu planejamento de ensino e até desenvolver algumas atividades de ensino. Então as avaliações disponíveis sobre o impacto do Pibid são animadoras.

Vozes – Ainda sobre a formação, a senhora afirma que há uma clara prevalência de estudos teóricos nos cursos de pedagogia às matérias práticas ou pedagógicas. O que a senhora acha que deveria ser eliminado ou dosado do atual currículo do curso para incorporar essas questões práticas? Bernadete – Eu preferiria falar diferente. É muita formação abstrata e pouca formação para a atuação profissional. Deveria haver uma combinação melhor entre fundamentos e metodologias, uma distribuição mais equitativa. Porque a formação básica teórica é muito importante e nós não podemos deixá-la de lado. Mesmo as metodologias de ensino, elas têm os seus fundamentos teóricos. Mas nós estamos deixando de lado a questão dos métodos de ensino e as questões e condições de aprendizagem do aluno, que não vemos nos cursos de licenciatura.

Nós vemos muito pouco a formação do professor alfabetizador. Não é simples alfabetizar, nós temos caminhos, vários possíveis, de serem adotados, e os alunos dessas licenciaturas estão saindo sem saber como realmente desenvolver um projeto de alfabetização para crianças de seis, sete, oito anos. Não só alfabetização, porque tem que ensinar também os princípios da Matemática, da Aritmética, Ciências, História.

Nós vemos nas licenciaturas especificas que os cursos não dão uma formação para esse licenciando em História, Geografia, Matemática suficiente em metodologia e práticas de ensino. E nem de conhecimentos sobre os adolescentes, sobre suas formas de aprendizagem, sobre a sua cognição, sobre o seu desenvolvimento social e emocional. Esse aluno sai da licenciatura sem saber com que crianças e adolescentes ele vai lidar, e sem estar instrumentalizado para lidar com uma classe de 30, 40 alunos que estão em pleno desenvolvimento e que precisam ser motivados para o trabalho escolar.

A criança e o adolescente precisam ser motivados para o trabalho escolar. E o professor não está sendo formado para isso. Dá a impressão ainda que essa questão social é “ah, qualquer um pode ser professor”. É entrar lá e ensinar. Ensinar o que e como não é tão simples assim.

Vozes – Sobre essa diferença entre o que o professor vê na universidade, na formação, e o que ele vê no dia-a-dia, na prática da aula, quais seriam para a senhora os principais desafios ou surpresas entre o que o professor enfrenta quando sai do curso e entra na sala de aula? Bernadete – Primeiro, ele se surpreende com ter que dar aula todo dia e planejar o trabalho pedagógico em detalhes. Por exemplo, na educação infantil, de primeira a quinta série, você dá aula todos os dias, fica com a criança quatro, cinco horas, 200 dias letivos, e poucos têm formação, por exemplo, para fazer um planejamento de ensino. Planejamento para a sua sala de aula, para a sua semana, para o mês. A surpresa é que ele vai ter que fazer isso sem ter passado por uma formação mínima.

Porque não é fácil você ficar com uma criança todo esse tempo. Aí você inventa brincadeiras e faz passar o tempo, em vez de desenvolver um trabalho pedagógico.

Segundo, é que a criança que ele está vendo é uma criança diferenciada. Você tem uma classe heterogênea, que vem de situações sociais diferentes, que tem as suas identidades, as suas características, e ele tem que lidar com esse conjunto de crianças. Os professores das disciplinas específicas têm que lidar com adolescentes que estão querendo se autoafirmar, que já tem uma escolaridade de quatro, cinco anos. Enfim, não é fácil entender um adolescente e entender o que ele pode aprender ou não.

Há professores que dão coisa na sexta série que o aluno não vai entender nunca. Porque ele não tem as estruturas cognitivas para isso. Então, ele se assusta sim com os alunos, muitas vezes se assusta com as condições que a escola tem, onde ela está situada, várias surpresas quando ele vai pra prática.

Vozes – Em um de seus estudos, a senhora afirma que “saberes relacionados a tecnologias no ensino estão praticamente ausentes” em cursos de licenciatura de Matemática, Ciências Biológicas e Língua Portuguesa. Como incorporar a questão da tecnologia na formação dos professores? Bernadete – Eu não sou admiradora da tecnologia por tecnologia. Tecnologia pra mim é ‘escravinha’. Acho que quando você tem uma formação pedagógica, quando você sabe estruturar métodos de ensino, quando você sabe fazer escolhas pedagógicas, quando você sabe a sua disciplina, você pode escolher formas midiáticas ou informáticas de usar isso para motivar os seus alunos. Para ter uma efetividade de sala de aula, um aproveitamento maior. Eu não acho que a informática seja a salvação da pátria, porque ela depende da intermediação do adulto, necessariamente.

Mas ter um conhecimento sobre tecnologias educacionais seria de todo importante. Qual a contribuição que poderia vir de software, como utilizá-los, quais os limites da sua utilização? Enfim, estudar educacionalmente o uso dessas tecnologias. Iniciação nesse sentido seria importante, porque o mundo caminha pra isso. Mesmo que a gente saiba que na escola pública isso é muito pouco utilizado e não haveria condição de utilização muito grande, a formação básica do professor deveria passar por isso. Porque ele tem muita dificuldade de lidar com esses instrumentos.

Então, por exemplo, buscas pela internet, mas buscas efetivas – porque a internet tem muita bobagem. Como lidar com esse universo de informação e tudo o mais? Hoje em dia as crianças, os alunos, têm facilidade para isso – não todas é claro, saindo o Brasil afora a gente vê que não é isso que está aqui em São Paulo. Mas a informática vai entrando.

Seria importante, portanto, ele ter uma iniciação sobre o papel educacional das tecnologias. E isso é muito pouco evidente. Haveria horas, no currículo, que são aqueles horários de atividades flexíveis, que poderiam ser aproveitadas para por como optativas disciplinas desse tipo, e a gente não encontra.

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